que coisa bonita!
eu estava te esperando
tão fria, tão só
tão calma e quieta

eu chego e sem chamego, te acordo
me acordo, me sacudo, te sacudo
te aperreio, tu me aperreia
não demoras em me amarrar, me mandar

que estranho, não sei nada de você
que estranho, não sabes nada de mim
nem conversamos
nem café tomamos

tomamos muitos cafés, mas não aquele
o café de nós, à sós
não tomamos nem sequer tempo
ali fora, aos sóis…

ora baby, tens meus sorriso
ganhei teus suspiros
suas insônias e des-poderes
o lugar do não poder

à não ser que queira mandar
mais do que a amar
daí sim, é plausível tentar comandar
mas senão, então, não.

ora vejas, é uma coração de pele daqui
uma encheção de saco dali
um olhar transvestido de amor
um cuidado disfarçado de ordem

ah! a ordem, odeio ordens
odeio ter que contar com a sorte
em ambos os casos, somos renegados meu bem
à contar com a não resposta

resposta sobre se vais ser pra mim
sobre se vou ser pra ti
sobre quem sou pra mim
sobre quem és pra si

no fundo não importa
é com um trem, cheio de gente
umas descem nas estações pra trás
outras entram na estação atual

em qual vagão vais descer meu bem
estou há vários vagões sem ninguém
e você, mesmo com alguém no vagão
está sem ninguém

esse é o trem da vida, em qual estação irá descer?
quantas estações vamos viver?
qual será o meu papel comigo como passageiro?
será que virei cacheiro? um mero observador de passageiros?

de uma coisa eu estou certo, meu bem…
não vim aqui para observar passageiros
eu sou o trem, o trilho, a partida e o destino
eu sou o infinito, você vem comigo?

estou de partida, somos sempre partida para alguém
nunca é uma ficada, uma estadia, toda estadia passada
toda vida é uma passagem, todo suspirar uma forma de ida e morte
toda sorte, de quem temporariamente contigo embarca

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Escrito por conscienciando
Conscienciando é um blog que traz consciência através de artigos sobre diversos campos do conhecimento e experiência humano.