Professores

Professora e Professor são aqueles seres que admiramos por fazerem parte da nossa infância, adolescência e formação acadêmica, olhamos para eles de forma romântica e saudosista, mas que à época os infernizamos, confesse!

Hoje eu sou professor e fui um aluno terrível, aquele com boas notas e inteligência média, confesso. Confesse também, tá na hora: você era uma peste!

Do lado de cá do balcão, digo, depois de me formar em licenciatura em Artes Visuais, vem aquela fase do vislumbre e junto com ela a frustração, o choque de realidade: não tem material, apoio pedagógico e muito menos psicológico.

A realidade das prefeituras e estados da União são bem difíceis de lidar, quero deixar aqui o pedagodês de fora, aqueles papos polidos de formação, isso me dá enjôo… Na moral, vamos falar o português claro: professores estão fodidos!

Digo isso não reclamando dos pais, prefeitura, estado ou do contato com os alunos, digo isso em âmbito global, explico:

Você se forma e tem que lidar com demandas que fogem e muito ao principal foco da sua missão de educador: educar!

Tem que tirar dinheiro do bolso, trabalhar a mais, duas ou três escolas ou jornadas para pagas as contas no fim do mês.

Não sei se tu sabe, mas muitos professores levam trabalho pro fim de semana, evita ficar com filhas, filhos e família para atender seus filhos…

Sim, o lado de cá é bem sombrio e triste.

Psicologicamente a professora adoece, não aguenta lidar com demandas que vão além dos muros da escola, são situações que roubam toda a sua energia psíquica, tira a sua paz interior, seja por demanda por documentos que não elevam, nem contribuiem para o crescimentod a educação do país, seja por queixas que fogem à sua capacitdade.

Uma aula nunca acaba quando saímos da escola, ela nons acompanha porta adentro de nossas casas e as querelas dos alunos e alunos nos afetam, quando isto não ocorre somos assaltados pelas demandas por documentos da administração escolar.

Sinceramente, os documentos escolares são estresse totalmente descartáveis, os registros escolares podem ser resduzidos absurdamente com a tecnologia, mas a ineficácia e burrocracia puxa o sistema para um lugar de atraso, décadas de atraso.

Neste meio tempo a síndrome de burnout vai tomando conta dos professores que não dão conta de suas aulas nem de documentação e demandas adminsitrativas abusrdas, como se já não tivessem demandas de cunho pessoal e familiar para lidarem.

Se educador é nadar num mar que invade sua casa toda hora.

Desvincular psicolocamente do trabalho torna-se uma tarefa hérculea e inútil, culminando em afatamentos psiquiátricos, depressão, ansiedade e surtos psicóticos de toda ordem durante os anos de mageistério.

A administração pública tem esses dados em mãos e pouco faz pela saúde mental e psicológica de seus educandos… Fato.

Passei no concurso de Suzano – SP para ser professor de arte aqui na rede, algo que adoro fazer, mas à minha volta, vi muitas professoras exonerarem, desistirem, se afastarem, adormecerem psicologicamente, fisicamente…

Com um dos colegas que pego carona pra vir pra minha casa trabalhar no turno da tarde com minha própria empresa de criação de sites e marketing, conclui que:

A educação adoece o professor!

Não se trata de ganhar R $5000,00 em meio período, se trata de ser uma profissão extremamente estressante no sentido de que você tem que lidar com alunos, pais, gestão escolar e municipal e as dificuldades sociais.

Dificuldades sociais vêm para o chão da sala: alunos mal tratados, mal cuidados, violentados, com fome, com carência emocional, afetiva, demandando de você muito mais do que ensinar arte, português ou matemática, querem colo de pais, afeto que não têm…

Acordamos todos os dias para ouvir de alunos que estão com fome, frio ou que estão tristes porque os pais brigaram ou foram mortos ou presos.

O Lula ganhou e mencionei que a situação social melhoraria e que pelo menos fome meus alunos não passaria, confio no futuro presidente neste quesito social, pelo menos neste e pasmem: uma professora colega de escola me ironizou dizendo que a política petista talvez seja conto da carochinha, de que pode não alcançar isso.

Talvez eu devesse lembra a professora desprovida de consciência de classe (por ter um carro, casa e conta bancária no verde) de que às custas do FIES me formei, às custas da prefeitura tenho emprego, salário, claro que a prefeitura não é uma mãe, eu luto contra muitas políticas arbitrárias da SME (Secretaria Municipal de Educação), sindicato e bizarrices afins…

Vejo que a política social sozinha não resolve não, que há muito desvio de verba, função e gestão neste rolê.

É muito raso colocar a culpa no político, sendo que você pai não sabe nem o que seu filho viu na semana, não olha caderno, não vai à reunião, não cola na prefeitura pra ver o que está sendo votado.

Professores aderindo à políticas anti sociais, é bizarro, mas até aí, democracia prevalecendo, tudo bem.

O fato é que o professorado lida com tudo isso: economia, política, administração pública, tanto documento e demanda para realizar que sobra psicológico para dar aquela aula com amor?

Respondam aí colegas…

Eu deixei o romantismo de lado quando saí do ar-condicionado de uma multinacional onde as pessoas eram bilíngues e as demandas eram para a nata de uma sociedade da qual eu não fazia parte nem via sentido, para os bairros periféricos de Suzano onde via que uma palavra minha alegrava ou entristecia um coraçãozinho e isso me ganhou desde 2016.

De lá pra cá pé no chão e criatividade norteio o meu trabalho, seja lidando com superiores que se acham deuses por cargos que escondem suas sombras, inseguranças e malvadezas, seja pela falta de oportunidade de pais (que são super ativos no processo), não há culpados, há apenas uma inter-relação poderosíssima entre estas entidades sociais que precisam se unir se quisermos ser fortes não só em chutar bola e levantar taças esportivas.

A maior taça de uma nação é o produto cultural e intelectual que esta produz, porque uma copa vai e vem, ganha-se e perde.

Mas a ética, moral, tecnologia, ciência e saber de um povo, perdura gerações e eu vim aqui ajudar nisso.}

Daqui não arredo o pé, seja com arte, psicologia ou marketing, vim elevar o patamar do meu povo ao máximo que eu puder, aprendendo junto, trabalhando junto e combatendo a injustiça, desumanidade e anti-amor.

Que a luz seja o norte do trabalho de todo professor, que mesmo quando ele perca sua sanidade mental, que seus feitos durantes anos sejam lembrados, porque nós de cá não esquecemos nunca.

Professores doentes, a sua cura não encontra-se nem deste lado, mas que todos que nasceram com esta missão solitária e insalubre, que lute até que o último pó de giz caia no chão.

Até que o último aluno(a) sorria quando compreender o saber que tu tens pra passar!

Na luz do amor do Todo, por todos as Professoras e Professores.

Daqui até o Eterno.

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Escrito por conscienciando
Conscienciando é um blog que traz consciência através de artigos sobre diversos campos do conhecimento e experiência humano.