Mulheres evangélicas
Elas me atraem
Lindas, discretas
Safadas que só a peste
Mulheres evangélicas
Elas me atraem
Lindas, discretas
Safadas que só a peste
Ele só queria comprar uma bolacha pro filho.
Só queria trazer algo pra casa…
Mas podia? Não, aquele não era mesmo seu dia
Era só mais um dia, aliás
Estamos aqui, estamos a ca
Estamos lá e aqui
E hora ou outra nos divertimos
Mas tem horas, que olha?!
deixe a nota de lado
lá vou eu, servir de novo…
nem tô sentindo meu dedos
nem meus nervos
nem meu oração
Viver de sexta-feira
Se você for viver somente de sexta-feira, não viverá
Estará vivendo pra fora, logo, sobrevivendo
A sexta, esperada sexta
É somente uma data farseira
A chegada do fim
Fim em forma de chegada
Não se trata de uma data
É um estilo de errata
Nela você retrata
Suspende o eu
Na sexta-feira não sou mais eu
Sextou porque preciso suspender o eu
As tarefas que faço são o “eu” temporário
Não quero ser o eu tarefeteiro semanal
Ele me coloca em suspensório temporário
Suspendo quem penso ser durante a semana
Um eu artífice de algo que nem gosto
Oh, a sexta-feira! Bendita seja!
Maldita é: descanso, balada, outra rodada!
Curtidas sócio idealizadas
Mas depois da sexta vem a desgraça
Caio de volta no eu com “e” menor
O ofício men chama de volta
Mas agora tô de ressaca
Nem bebi, é uma ressaca temporal
Trabalho no sábado, mas a sexta foi sabática
Estou de plantão no outro dia…
Fico a pensar na comida, bebida e dança de sexta
Que saudades da sexta-feira!
O ciclo semanal se repete:
E lá vou eu atrás da sexta-feira
Ávido como busco um boquete
É um prazer momentâneo visceral
A sexta-feira é o lixo que quero comer
Eu sou a comida para a sexta
Eu cato migalhas às sextas
Sextou e lá de novo estou: servido!
Não é moralismo barato analisar
Minha relação com a sexta
Ela é osciosa após o expediente
Não é uma condenação social ingrata
A sexta é prazerosa
Leve como uma névoa
Que me tira do sol
E me leva pro ar fresco imprevisível
Sexta-feira é meu dia!
Nela eu brilho, me arrisco
Me mutilho, me humilho
Saio de mim sem pensar na volta
O que seria de mim sem as sextas?
Sem a catarse física, moral e mental?
A sexta me limpa
Ela me suja, a sexta-feira
Tento me encontrar loucamente
Dentro de uma temporalidade finita
Deixo pra lá o que me esmaga e irrita
A sexta é meu templo de sacrifício
Até enquantrar ou Eu que busco
Vou achando na sexta-feira o expurgo
Um lugar de queima divina
Do meu eu diabólico
como você cuida da sua alma?
como você cuida da sua alma?
quando não tem ninguém olhando
quando não há serviçais
quando não há mais velas nos castiçais?
a ilusão do turista
a ilusão do turista preconiza sair de um lugar
a ilusão do turista diz respeito a visitar
conhecer algum lugar
estar num lugar não seu…
Muitos experimentos foram feitos ao longo do desenvolvimento da ciência… cocaína (Freud safadinho), cannabis sativa, LSD, DMT (DMT: N,N-dimetiltriptamina da Ayahuasca), todos com a mesma finalidade: desligar o lado mental, racional, para acessar o lado intuitivo, espiritual e obviamente, inconsciente.
que coisa bonita!
eu estava te esperando
tão fria, tão só
tão calma e quieta

Gil Marinho