A hora da ajuda
a hora da ajuda
a ajuda só vem quando o ajudado está pronto
não existe mão alheia que cure o cego
o cego de espírito, o cego de alma
a ajuda só funciona para o que busca
a busca, ah! a busca!
ela é interna, uma busca solitária
sem podium, sem holofotes
a busca é dolorosa
buscar é encontrar um eu azedo
vencido e insosso normativo
ou seja, é um sujeito
é uma sujeita sem brilho, sem sal
encontrar a si é o melhor tesouro
encontrar a si é a maior desgraça
porque tudo perde a graça
o mundo perde a graça
mas encontrar a si ganha graça
a graça da vida
a graça da existência
a graça da sobrevivência
porque acordo pra trabalhar?
porque sou?
porque estou?
o que é tudo isso afinal?
esse existencialismo
que insiste em bater nas bordas da minhas existência
com onda que batem nas bordas do barco
nas bordas do navio e do veleiro da vida
ora, essa indagação, esse fogo no rabo
é uma coceira astral, espiritual, psicológico e existencial
dignos dos que já desconfiaram de tudo isso aqui
essa coceira que te coça me coça
vejamos então a vida por um viés
científico espiritual, como seria isso?
sim precisamos da matéria, do trabalho e dos atritos aqui
precisamos de pausas e transcendências
precisamos da existência
precisamos entender a não existência
precisamos entender o Campo A
a interligação e a morte do ego
o ego é isso aqui, posto, terreno
a morte dele é o amor
amor pra ver os humanos e não humanos
como um continum processo
ah Gil, mas que droga tu fumastes?
não! antes é uma reflexão que precisamos fazer
refletir não só no dezembro janeiro
refletir ao tomar banho, fazer comida, cagar…
sedes um ser divino e não estares despertos para tal
ok, entendo mas desconfias que há mais não é verdade?
nós que não somos daí dizemos aos que aí estão: há mais!
muito mais
abre os olhos, feche os olhos, durma
quando dormem, acessam nós
quando dormem aí, acordam aqui
a vida é uma piscar de tarefas
tarefas passageiras e densas
um treino pra tua raça
uma pequena taça no banquete da vida
a vida do lado de cá é a festa toda
festa que vais acessar daí
mas pra isso tens que vir pra cá
vir pra cá estando
é renunciar tudo o que há aí
somos muitos gratos em poder ajudar
em poder estar aí
alguns de vocês, vez outra vêm aqui
e nós vamos aí
não são coisas diferentes, distintas
somos você e vocês são nós
daqui e daí, tanto faz
o que neste tempo fazes?
vocês têm nomes para muitas coisas
nós nomeamos poucas coisas
aqui sentimos, pensamos coletivamente
o que um pensa e sente o outro sente na hora
vocês estão em teste, não aquele
do velho testamento de alguém vigiando
são amados, adorados e acolhidos
essa guerra e separação são uma escola para vocês
esta escola não existe aqui onde a dualidade é passado
dual, bom e ruim, certo e errado, eles e eu
nós e os outros… São elementos do teste
jogo ou simulacro que vivem, mas digno para seu crescimento
estamos cá, estamos de olho
no sentido de irmão e ajuda
acolhimento, abraço e fraternidade
muitos de vocês já acessaram aqui
se conectem com estes, os diferentes
os divergentes do status quo
do comum, do normal…
os mais doloridos e quebrados entre vós tem acesso
acesso ao divino dentro deles mesmo
porque conheceram o que vocês chamam de inferno
e isso não é eterno, o que é eterno, amigo é o amor
o amor é eterno, é belo
é singelo e simples
é sofisticado
e difícil de ser praticado
o amor… lembramos:
estamos esperando, pacientemente…
amorosamente, didaticamente
tic-tac… o amor
amor, amar-te, amar-se
amai-vos
ainda dá tempo
ainda podes amar o amor
Deixe um comentário