a convivência com um(a) médium

a convivência com um(a) médium

eu não entendia as pessoas cuidando de plantas
eu não entendia as pessoas cuidando de animais
eu não entendia as pessoas cuidando de pessoas
eu não entendia ser humano e ser pessoa

viro pro lado e choro por ser sozinho
viro pro lado e choro por não ter ninguém
e rio, ao virar pro lado por ter todos
e rio, por não ter ninguém

tenho um amigo escritor que me tira
dizendo que eu sou esquizofrênico
por ver, ouvir e ver coisas
vozes na minha cabeça

não Bruno, não tô vendo nada
na verdade, a cegueira que me pegou
espero que ela o pegue qualquer dia
e ter psiquê pra isso é muito treta

voltemos ao tema de viver com médiuns
sãos seres duais, esquizofrênicos como diz meu amigo
mas não é isso, não é esse DMS-5
não é por aí e vamos costurar isso

o eu, o espiritual é algo presente aí
presente no agora, acessível sem eu, nem o outro
nem guru, nem mestre, nem pastor ou padre
é tu, com tu, no escuro, no silêncio do nada

o ano começou e nada mudou
sabe o porquê do ano mudou e nada mudou?
porque é interno e não externo
eu não tenho as respostas, só tu tens

ora, quando está digitando
você se pergunta: será daqui ou dali
nós somos de lá de onde vocês não alcançam
sim, acessam, mas aos poucos

agora vamos sim, falar do tema do artigo
conviver dom médium, homem ou mulher
como é essa convivência?
vamos falar disso

vamos definir a mediunidade pra quem a vive:
ela é na carne, na pele, no espírito
é vivida no aqui e agora
não tem desvio

quem é médium é
sente as energia dos lugares
sente as energias das pessoas
sente tudo o que não devia

um médium conversando sente
sua energia, seus pensamentos
sente suas emoções e intenções
o quê viveu, o quê virará

ser médium é viver sozinho
é viver numa teia de incertezas
de certezas
de avarezas

vivemos em ambientes dos quais
já sabemos o quê haverá
nessa linha do tempo
na linha da do tempo das pessoas

é chato ser médium
nós estamos no futuro
nos sentimos muito
por vocês, seres humanos do presente

embora, os respeitamos daqui.