Cancelamento: é um conceito funcional da relação humano-tecnologia.

Em outras palavras, são quando as funções das redes sociais extrapolaram a convivência digital para se tornarem vigente no mundo real, explico:

 

Há mais de vinte anos nascia o Orkut, e suas funções e promessas de conectar e aproximar as pessoas.

 

Depois, veio pra Facebook nesta mesma linha, e agora, mais de vinte anos de uso de rede sociais, nos acostumamos com termos em inglês como: cancel, block, snooze…

 

Chamo essa primeira onda de funcionalidade digital, a segunda de funcionalidade social e a terceira de auto função social.

 

Primeiro, um site ou app cria regras online que imitam a realidade social, complexa por natureza.

 

Segundo, após décadas, essas regras são internalizadas pelos sujeitos e imitadas no contexto material/social. Há aí uma inversão de função digital-social. Nessa fase, essas empresas armazenam, analisam e usa nossos dados.

 

Terceiro, após duas décadas de uso dessas ferramentas sociais, a própria ferramenta já autônoma em suas decisões nos conduzem. Está aí a terceira onda da tecnologia sócio-digital: autoconsciencia, onde a ferramenta toma decisões, faz sugestões, restringe nossa liberdade (quem nunca tomou uns blocks do Facebook e suas políticas?) e até certo ponto, subjulga uma das maravilhas humanas que é o livre arbítrio.

 

Resumindo, as redes sociais criaram funções digitais que aprendemos, aplicamos em nós (como é o caso de cancelar/apagar/excluir) e agora somos reféns da autonomia dessas inteligências tecnológicas que

decidem por nós.

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Escrito por conscienciando
Conscienciando é um blog que traz consciência através de artigos sobre diversos campos do conhecimento e experiência humano.